segunda-feira, dezembro 27, 2010

Crónicas da Serra 1

Chegados à Beira Alta por volta das 12,30H fizemos o teste da temperatura: 0 graus, mas a parecerem 3 negativos (informação do software ACCU Weather)!!

No cemitério a água tinha congelado dentro das jarras. Para pormos as flores que vieram de Cascais houve que primeiro aquecer a jarra com as mãos e água corrente para conseguir retirar os ramos congelados lá de dentro.

E isto ao Meio-Dia, quero ver como será logo à noite… A não ser que o tal de Accuweather se tenha enganado…

(Aqui para nós não seria nada de admirar para uma coisa com tal denominação meio escatalógica). Mas de facto parece mesmo frio. Demasiado frio.

A Feijoca com pé de porco estava saborosa e , rescendendo do lento apurar ao lume, desde as 9,00h da manhã, convidava a vagares de garfo e faca, ensopando o bom pão de centeio do Sabugueiro naquele molho convidativo, ao mesmo tempo que se estalavam os lábios com os 14,7 graus do Tinto da casa, Dão da colheita de 2009.

Que fazer com este briol a dobrar? O do frio e o do tinto? Ficar ao pé da lareira a ler um bom livro é sempre opção, outra – e já que a vigilância das florestas não esmorece ( e muito bem, enquanto houver dinheiro da Câmara) nos Invernos – seria acompanhar os bravos Vigilantes nas suas lides…

Infelizmente cheira-me a trabalho pedonal. Não é para isso que cá estou. Venho, e com todo o gosto , dedicar-me ao trabalho “braçal”: mexer os tachos, cortar as batatas, aparar as couves ( que maravilha, doces de fazer inveja!), e coisas assim.

E já me esquecia, muito sossego para planear as refeições. Esta noite um Caldo Verde à antiga, seguido de uma travessazinha de bacalhau assado. Amanhã um lombo de porco preto assado, com couves da nossa horta e batatas assadas (também aqui criadas). Depois logo se verá.

Vamos mas é provar o vinho da vindima de 2010 – pronto para beber lá para a Páscoa que vem, bem sei, mas provando-o já garantimos que está no bom caminho. Ai dele se não estiver!

Amanhã é dia de missa e de recordações complicadas, bem tristes nos últimos tempos da nossa convivência , mas as mais das vezes felizes. 20 anos de vida em comum, 17 de Sol e 3 de tempestades. Mas é sempre no Sol que temos de apostar, ao fim destes 11 anos.

Estou entretanto a acabar mais um conto dos três compadres- Zé Peido Manso, Ti Correia Môco e Manuel da Angélica - que partilharei convosco amanhã ou depois.

Está mesmo muito frio. Está frio para burro Senhoras e Senhores! E não posso (para já, por agora, de momento) consolar-me agarrado à bela aguardente de zimbro que meu sogro fez há mais de 25 anos, sob pena do bacalhau parecer algum barrote queimado daqui a pouco.

Mas à sossega cá te espero ! Olá se te espero, venhas de caras ou de cernelha não me escapas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dr Raul
Sendo uma sua leitora assídua,aqui fiquei á espera da crónica da´"Serra".Também eu ainda hoje vou aí para cima, mas para perto do Porto. Se não fosse também para comer, estar à lareira e descansar, morreria de inveja...
Desejo-lhe um Bom 2012, para o Dr, Sua Mãe e não esqueçamos... o Seu Senhorio.Bom,com Saúde e Paz,porque o resto...já nos espera...
Um Abraço da sua vizinha do 12º, Edifício CTT, Clara